Guimarães’2012: Um sucesso nos primeiros 100 dias
Quando em 2007, no âmbito da candidatura de Guimarães a Capital
Europeia da Cultura (CEC), as previsões apontavam para 1,5 milhões de
participantes, “número que foi criticado por muitos”, como referiu Carlos
Martins, diretor-executivo da CEC, que o achavam “exagerado”. A verdade é que,
terminado o 1.º ciclo de programação, a afluência de público aos diversos
eventos da programação da CEC já vai em mais de meio milhão de pessoas e “só
agora se inicia o período em que são esperados mais visitantes, que são os meses
de verão”, explicou o diretor-executivo da Fundação Cidade de
Guimarães (FCG), entidade responsável pelo evento.
“Estamos muito acima do previsto para este primeiro ciclo, pelo que
estamos convictos de que a previsão de 1,5 milhões de participantes vai ser
ultrapassada. Para além disto, a programação é, desde já, relevante em termos
estéticos e em termos culturais, sendo evidente que há novas práticas de consumo
cultural nestes primeiros 100 dias de Capital Europeia da Cultura”, revelou
Carlos Martins.
A quase totalidade, mais de uma centena, dos espaços onde estava previsto
haver atividade cultural promovida pela CEC já recebeu programação e mais de 50
mil bilhetes já foram vendidos, ao que se junta, como disse o diretor-executivo
do evento, “uma sensação positiva entre os agentes culturais e artistas do que
tem acontecido e é já certo que muita da nova produção vai ter circulação no
estrangeiro pós-2012”.
Reprogramação necessária
Neste balanço dos primeiros 100 dias de Guimarães’2012, o presidente do
Conselho de Administração da FCG, João Serra, deu conta de que houve necessidade
de reprogramar alguma das atividades previstas, por uma questão de gestão de
tesouraria, dado os atrasos que as candidaturas ao ON2 têm sofrido na CCDR-N
(Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional – Norte), alvo de algumas
reestruturações no âmbito do momento que o País vive.
“O financiamento do ON2 não está em causa, pode ter atrasos,
mas não está em causa”, garantiu João Serra, sublinhando que “as reprogramações
são frequentes nestes eventos” e adiantando que “a proposta de reprogramação foi
feita ao ON2 com valores em alta para melhorar a comunicação”, que antes era uma
despesa não elegível, mas que entretanto passou a ser.
Aliás, o presidente da FCG realçou que a comunicação do evento tem sido, até
ao momento, o calcanhar de Aquiles da CEC, pelo que, com a possibilidade da
entrada de 2,5 a 3 milhões de euros para essa rubrica as coisas tenderão a
melhorar substancialmente.
Associações necessitaram de
reprogramar
João Serra explicou ainda que “o atraso na
aprovação das candidaturas gera problemas de tesouraria, mas não pode atrasar a
programação”, garantindo, de seguida, que “não há risco económico, pois tudo tem
financiamento”, apontando “os atrasos entre a despesa efetiva e o reembolso”
como principal causa de alguns problemas levantados, especialmente, ao nível do
Consórcio Associativo Vimaranense, estrutura criada por diversas associações da
cidade-Berço, que, como disse João Serra, “em vez de agirem
irresponsavelmente, preferiram, de forma madura, reprogramar e assim
contratualizar apenas de forma segura”.
O presidente da FCG ressalvou que “até agora nada do que foi feito ficou mais
caro um cêntimo do que estava previsto”.
Recorde-se que o Consórcio Associativo Vimaranense é o responsável
pelo segmento «Tempos Cruzados», sendo que é o financiamento para a iniciativa
«Constelações», no valor de 350 mil euros, que está atrasado e que foi alvo de
reprogramação. Quanto aos restantes 650 mil euros atribuídos a este segmento, e
que diz respeito à iniciativa «Tempos Cruzados», as candidaturas já estão todas
submetidas à CCDR-N.
Estrangeiros muito
interessados
João Serra revelou ainda que Guimarães tem
suscitado bastante interesse junto da Comunicação Social internacional, das cidades concorrentes a Capital Europeia da Cultura em 2017 e
que “em breve” receberá a visita do secretário de Estado da Cultura, Francisco
José Viegas, assim como de um grupo de deputados da Assembleia da República, da
Comissão Parlamentar de Cultura. Além disto, em junho e em novembro será a CEC
que vai levar alguma da cultura que se está a produzir em Guimarães até ao
Parlamento português.
A par do furor e atração que a CEC tem gerado, a autarquia
vimaranense registou, nestes primeiros quatros meses de 2012, um aumento de 46%
nas entradas dos museus Alberto Sampaio e Paço dos Duques, de 91% de procura no
teleférico e de 196% de visitas aos postos de turismo. Em termos de visitas de
turistas nacionais o aumento registado foi de 554%, enquanto o
de estrangeiros cresceu sensivelmente metade do que era
(52%).
Mais dois espaços já em junho
No
momento em que falta apenas inaugurar dois espaços previstos para acolherem os
eventos da Guimarães’2012 – a Plataforma das Artes e o Centro de Arte
Contemporânea José de Guimarães, a 26 de junho – e em que no final deste mês de
maio estarão submetidos quatro-quintos dos projetos à CCDR-N, os responsáveis
pela CEC mostram-se satisfeitos e destacam a inauguração, no próximo dia 11, da
exposição «Angelorum – Mil anos de anjos em Portugal», no Museu Alberto Sampaio,
a abertura do laboratório «On/Off», na ASA, onde portugueses, galegos e
brasileiros intervirão ao nível da arte urbana, e ainda a revelação pública dos
designers vencedores do concurso «Fashion Hub», que terão como prémio o apoio na
internacionalização das suas carreiras.
No tocante à programação, os responsáveis pela FCG garantem uma
agenda cheia e diversificada até ao fim do evento.
“Nos 237 dias que faltam, haverá uma programação aliciante, um serviço melhor
e a consequência do que acontecerá em 2013”, disse João Serra, sublinhando: “O
ano de 2013 será a prova de que 2012 valeu a pena”.
Nota final para a visita que Greg Richards efetua por estes dias a Guimarães
com o propósito de realizar uma avaliação da CEC’2012 para a Comissão Europeia. (fonte: http://www.ptjornal.com)
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