quinta-feira, 17 de maio de 2012

Casa Museu de Monção promove primeira homenagem nacional aos portugueses mortos pelo Franquismo



A Casa Museu de Monção, unidade cultural da Universidade do Minho situada na vila de Monção, promove este sábado, dia 12, a primeira homenagem nacional aos 56 portugueses mortos pelo franquismo na Galiza durante a Guerra Civil Espanhola.

Aqueles 56 registos foram encontrados no âmbito do Projeto de Investigação Interuniversitária "Nomes e Voces", da Universidade de Santiago de Compostela (USC). Este estudo vai ser apresentado às 16h, na Casa Museu de Monção, pelos coordenadores Dionísio Pereira e Lourenzo Fernandez Prieto, da USC, bem como pelo professor Norberto Cunha, da UMinho, e pela antropóloga Paula Godinho, da Universidade Nova de Lisboa (UNL).

Esta homenagem inicia pelas 15h, junto à ponte internacional de Monção, através do descerramento da placa com a listagem dos portugueses mortos pelo regime do general Franco, incluindo a referência à sua terra de origem (quando conhecida). Vão discursar o presidente do Município de Monção, José Emílio Moreira, o reitor da UMinho, António M. Cunha, além de Fernando Rosas, professor da UNL, e de Mário Soares, presidente da Fundação Mário Soares e ex-Presidente da República. As duas sessões vão contar, respetivamente, com a atuação do Grupo de Gaiteiros "Os Conxeiros" e do Grupo Cultural "Os Sinos da Sé".

A iniciativa da Casa Museu de Monção da UMinho pretende aprofundar os laços históricos entre Portugal e Espanha, vítimas de perseguição das ditaduras autoritárias, mas também os laços de solidariedade que tais manifestações sempre promoveram entre ambos os lados do rio Minho. "Eram trabalhadores há muito estabelecidos na Galiza, muitos deles analfabetos, gente pobre que emigrou na maioria do Norte de Portugal, numa pequena vaga ocorrida nos primeiros anos do século XX. Emigraram sobretudo por motivações económicas. Trabalharam como pedreiros, pescadores, lavradores, jornaleiros, canteiros, carpinteiros, peixeiras. Muitos ajudaram a construir a linha de caminho-de-ferro entre Zamora e A Coruña. Contavam-se também alguns exilados, que fugiam da intervenção portuguesa na I Guerra Mundial, mais tarde do golpe de Estado de 28 de Maio de 1926 e, finalmente, do Estado Novo. A integração nas comunidades locais, através da constituição de famílias luso-galegas, por exemplo, acabou por dissipar paulatinamente a presença destes emigrantes", resume o diretor da Casa Museu de Monção, José Viriato Capela.
(fonte: http://www.crup.pt/)

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