terça-feira, 22 de maio de 2012

Dalton Trevisan vence Prémio Camões



Dalton Trevisan foi distinguido com o Prémio Camões, no valor de cem mil euros, anunciou em Lisboa o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas. A atribuição foi feita por unanimidade, por, segundo a ata do júri, significar «uma opção radical pela literatura enquanto arte da palavra».

O escritor de 86 anos (nasceu em Curitiba a 14 de junho de 1925) é célebre pelos seus livros de contos, nomeadamente «O Vampiro de Curitiba», que publicou em 1965. Entre outros, em 1994 publicou «Ah, é?», considerada obra-prima do estilo minimalista. O seu único romance publicado é «A polaquinha».

É avesso a entrevistas e exposições em órgãos de comunicação social. Além da Literatura, Trevisan exerce a advocacia e é proprietário de uma fábrica de vidros.

O júri destaca a obra sem concessões à vida social do escritor, que se distinguiu, em particular, na arte do conto.

«Cemitério de Elefantes» foi uma das primeiras obras do escritor editadas em Portugal, pela Relógio d'Água, na década de 1980.

O Prémio Camões foi instituído em 1988 pelos Governos de Portugal e do Brasil e, segundo o texto do protocolo constituinte, consagra anualmente «um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum».

O júri desta 24.ª edição do Prémio é formado por Alcir Pécora, da Universidade de Campinas, no Brasil, Rosa Martelo, da Faculdade de Letras do Porto, Abel Barros Baptista, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas de Lisboa, a poetisa angolana Ana Paula Tavares, o escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, e o crítico, ensaísta e escritor brasileiro Silviano Santiago.

Ana Paula Tavares e Rosa Martelo fizeram também parte do júri do ano passado que distinguiu o poeta Manuel António Pina, o décimo português que recebeu o galardão.


O escritor Miguel Torga foi o primeiro galardoado, em 1989. Desde então foram já distinguidas 23 personalidades e apenas uma, o escritor angolano José Luandino Vieira recusou o Prémio, em 2006.

Na lista de distinguidos por país, a Portugal com dez distinguidos, segue-se o Brasil com nove personalidades, entre elas, Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles e Rubem Fonseca.

Da lista de premiados constam ainda o poeta moçambicano José Craveirinha distinguido em 1993, o escritor angolano Pepetela, em 1997, e o cabo-verdiano Arménio Vieira, em 2009.

O júri reúne e anuncia o distinguido, intercaladamente, em Portugal e no Brasil. Era esperada a entrega do Prémio a um autor brasileiro, ou a um autor de um país africano de língua portuguesa, depois de o poeta português Manuel António Pina ter sido distinguido em 2011.

(fonte: http://www.tvi24.iol.pt)

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