segunda-feira, 23 de abril de 2012

Morreu pintor português Benjamim Marques

O pintor português Benjamin Marques, 74 anos, morreu quinta-feira em Paris, na sequência de complicações de uma cirurgia ao coração realizada num hospital da cidade, disse hoje à agência Lusa fonte da Perve Galeria, de Lisboa.

De acordo com a mesma fonte, o pintor, que residia em Paris há mais de cinquenta anos, "faleceu de forma inesperada", depois de uma cirurgia realizada no Hospital Georges Pompidou.

A Perve Galeria recorda que o pintor, nascido em Lisboa, em 1938, tinha sido membro do “Grupo do Café-Gelo”, liderado por Mário Cesariny, que, nos anos 1960, sucedeu ao grupo “Os Surrealistas”.

Radicou-se em França devido à discordância com o regime político de Oliveira Salazar, que lhe retirou a nacionalidade, e naquele país, recorda a Galeria, "empreendeu um trajeto artístico de assinalável expressão, realizando em Paris inúmeras exposições que lhe valeram vários prémios".

Manifestando "grande pesar e consternação" pela morte do artista, a Perve Galeria assinala ainda que, em setembro de 2010, acolheu a exposição intitulada "Cadavre-trop Exquis", onde, com Isabel Meyrelles e Cruzeiro Seixas, Benjamin Marques apresentou um conjunto alargado de trabalhos individuais e colaborativos.

Benjamim Marques frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, e, posteriormente, em Paris, a Escola Nacional Superior de Belas Artes, a Escola do Louvre, e a Universidade Internacional do Teatro das Nações.

Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar pintura e História da Arte e, proposto por Almada Negreiros, estudou sob a direção da pintora Maria Helena Vieira da Silva, que também viveu muitos anos em Paris.

Em Portugal, participou em 24 exposições coletivas e fez uma exposição individual no Casino Estoril. Foi comissário para exposições de arte em Nanterre, e diretor de cena do teatro para os imigrantes portugueses, na Casa da Cultura daquela cidade.

Naturalizado francês, depois de Salazar lhe ter retirado a nacionalidade portuguesa, só em abril de 1974, após a Revolução dos Cravos, recuperou a nacionalidade de origem, e foi nomeado diretor do Teatro da Trindade, em Lisboa.

Regressou a Paris em julho de 1976, onde trabalhou como diretor de arte da agência Havas, dirigindo a oficina de videografia e foi freelancer em videografia durante onze anos.
Em 1987, retomou a pintura e em 1998 representou oficialmente a França na Exposição Mundial de Lisboa, Expo98 com “21 Lettres de Vasco de Gama au roi D. Manuel Iº- 1498” após a sua exposição na Galeria Dialogue, em Paris. (fonte: http://diariodigital.sapo.pt)

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