segunda-feira, 23 de abril de 2012

Galeria dedicada a Lena Gal na Ribeira Grande



A Câmara Municipal da Ribeira Grande vai criar uma galeria de arte dedicada à pintora Lena Gal, natural dos Fenais da Ajuda, concelho de Ribeira Grande.

A Galeria Lena Gal vai abrir junto ao Museu da Emigração, na então sede da empresa municipal “Ribeira Grande Mais”.

A pintora, que no ano passado expôs os seus últimos trabalhos, por ocasião das festas da cidade, ofereceu ao município nortenho 30 quadros, já com a intenção de ser criado um espaço que mostrasse a sua obra. Os seus quadros são marcados pela figura feminina: a Mulher Plural e Intemporal e/ou as mulheres que tem dentro de si, libertando-as na tela.

A Galeria Lena Gal será inaugurada por ocasião das festas do concelho, que se iniciam a 28 de Junho e terminam a um de Julho.

Para além da obra da artista estará em exposição permanente a sua bibliografia, documentos, fotografias e jornais que proporcionarão ao visitante uma visita à vida e obra da artista.

Lena Gal já expôs várias vezes na ilha de S. Miguel, tendo no seu currículo várias exposições no continente, Espanha e outros países europeus, tendo ainda representações em acervos públicos, museus e colecções particulares.

A assinatura que adopta, como autora, Lena Gal, deriva do seu nome de baptismo, Helena Maria Galvão Amaral, nascida a sete de Junho de 1957, nos Fenais da Ajuda, concelho de Ribeira Grande, S. Miguel. A sua vocação artístico-literária manifesta-se desde a adolescência. Com apenas 15 anos, os seus trabalhos começam a ser reveladas por jornais açorianos, onde colabora (publicando poesia, temas regionais, desenhos a carvão e a lápis de cor, de sua autoria).
Vive em Lisboa desde 1978, onde prosseguiu o desenvolvimento do seu trabalho vocacional, apenas desenhando, até então, a carvão e a pastel seco. Estimulada, ocasionalmente, pela pintura de Graça Morais toma a decisão de dedicar-se à pintura. Passa a frequentar a Cooperativa de Gravadores Portugueses, onde (em 1986) trava conhecimento com o pintor José Júlio, cujo atelier viria, temporariamente, a frequentar. A partir de 1988, inscreve-se em cursos da Sociedade Nacional de Belas Artes e da Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, jamais deixando de assumir-se, todavia, como autodidacta, em constante aprendizado. Embora utilize a tela e o papel como suportes preponderantes do seu trabalho pictural, dedicou-se, durante dois anos, ao estudo das técnicas tradicionais de gravura em couro, com o mestre José Guerra (Sintra), recriando uma filosofia plástica e pictórica própria, aplicada à pintura sobre o couro, ao restauro e à recriação de peças artesanais antigas. Procurou, ao longo de cinco anos, um farol e uma rota para o seu percurso. Pintou marinhas, paisagens, casarios, figuras diversas, crianças, homens e as ceifeiras.

Em 1990 fez amizade com pintores naifs, como Luiza Caetano, Edna Araraquara, Zé Cordeiro, Ló, Fernanda Mourão. Mais tarde conhece alguns artistas profissionais de carreira, com quem se relaciona e convive, como Artur Bual, Alfredo Luz, Edgardo Xavier, Eduardo Nascimento, Ernesto Neves, Felippa Lobato, Fernanda Páscoa, Henrique Gabriel, Luís Vieira Baptista, Maria Almira Medina, Mário Vinte e Um, Pé Leve e Rogério Timóteo, entre muitos outros. Em 1996, inicia um novo ciclo do seu trabalho criativo e, do seu inconsciente, emerge a Mulher Plural e Intemporal «as mulheres que tem dentro de si» libertando-as na tela. Participou em inúmeras actividades pedagógicas e organizou várias exposições.
(fonte: http://www.jornaldiario.com)

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