O que une e o que separa duas Capitais da Cultura
A Casa da Música e as obras de requalificação urbana foram as principais heranças deixadas pela Capital Europeia da Cultura no Porto. Quando Guimarães recebe o título, o SAPO faz uma comparação entre as duas cidades do Norte do país.
Imagem: Alice Barcellos/SAPO
Mais de dez anos depois de o Porto ter sido Capital Europeia da Cultura (juntamente com Roterdão), o debate na cidade é reacendido quando se fala sobre como a Invicta soube aproveitar este estatuto em 2001.
Nuno Grande, arquiteto, destaca duas heranças da Capital Europeia da Cultura. “A reabilitação do espaço público que não ficou terminada em 2001 mas que fazia parte do projeto e motivou os consequentes arranjos na baixa”, diz ao SAPO o arquiteto, que foi programador durante o evento.
“E a Casa da Música, que também não ficou concluída em 2001 mas era um projeto da Capital Europeia da Cultura”, lembra Nuno Grande, destacando que “a Casa da Música é hoje um dos ícones da cultura europeia”.
Beatriz Pacheco Pereira, uma das fundadoras e diretora do Fantasporto, corrobora em certa parte Nuno Grande. “Há heranças boas e há heranças muito más”, refere. A escritora portuense destaca a “modernização” da cidade, “os arranjos urbanísticos” e a promoção do Porto “como um grande destino turístico”.
Embora reconheça que a Casa da Música é hoje um “ícone” da cidade, Beatriz Pacheco Pereira insere a construção deste espaço dentro da “criação de projetos megalómanos”, fruto da Capital Europeia da Cultura.
Na mesma linha de críticas, a diretora do Fantasporto considera que “não se favoreceu a criação de emprego para artistas, não se criou nenhuma companhia de teatro ou dança”. “Nesse aspecto a capital cultural não funcionou”, sentencia.
O criador e administrador do blogue “A baixa do Porto” acredita que a principal herança do Porto 2001 “foi a ambição de ter uma vida cultural mais intensa”. Tiago Azevedo Fernandes considera que a Invicta conquistou este desejo: “a vida cultural da cidade é hoje em dia muito melhor do que há dez anos atrás”.
Ao mesmo tempo, o blogger portuense sabe que um dos entraves para o desenvolvimento da cultura na cidade é haver “um divórcio entre o poder político e os agentes culturais locais”.
“Com a entrada de Rui Rio, passou a existir um mal-estar entre a administração pública e os agentes culturais, o que prejudicou a capacidade de alavancar novos projetos”, aponta Tiago Azevedo Fernandes.
O que pode Guimarães aprender com o Porto?
“Guimarães fez o esforço de seguir uma ideia da Porto 2001 de que a reabilitação urbana é também um ato de cultura”, defende Nuno Grande, que agora está envolvido na Capital Europeia da Cultura em Guimarães como comissário de uma exposição.
De facto, a cidade-berço apostou na requalificação do centro histórico, património mundial da UNESCO, e na construção de novas infraestruturas. Muitas destas obras, como por exemplo a reabilitação do Largo do Toural, já estão concluídas.
Nuno Grande defende também que a programação da Guimarães 2012 foi buscar à Porto 2001 o conceito de que “a cultura é multidimensional”. “Há programas para massas e para nichos”, explica o arquiteto.
Beatriz Pacheco Pereira espera que “Guimarães não cometa os mesmos erros do Porto”. “É uma grande oportunidade para os agentes culturais terem visibilidade”, refere, lembrando que “uma intensa atividade cultural pode ser decisiva para Guimarães ganhar um lugar no mapa da península ibérica”.
Já Tiago Azevedo Fernandes defende que Guimarães poderia retirar uma grande lição da Porto 2001: “mais diálogo entre as entidades locais e a administração da Fundação”.
(fonte: http://noticias.sapo.pt)
Nuno Grande, arquiteto, destaca duas heranças da Capital Europeia da Cultura. “A reabilitação do espaço público que não ficou terminada em 2001 mas que fazia parte do projeto e motivou os consequentes arranjos na baixa”, diz ao SAPO o arquiteto, que foi programador durante o evento.
“E a Casa da Música, que também não ficou concluída em 2001 mas era um projeto da Capital Europeia da Cultura”, lembra Nuno Grande, destacando que “a Casa da Música é hoje um dos ícones da cultura europeia”.
Beatriz Pacheco Pereira, uma das fundadoras e diretora do Fantasporto, corrobora em certa parte Nuno Grande. “Há heranças boas e há heranças muito más”, refere. A escritora portuense destaca a “modernização” da cidade, “os arranjos urbanísticos” e a promoção do Porto “como um grande destino turístico”.
Embora reconheça que a Casa da Música é hoje um “ícone” da cidade, Beatriz Pacheco Pereira insere a construção deste espaço dentro da “criação de projetos megalómanos”, fruto da Capital Europeia da Cultura.
Na mesma linha de críticas, a diretora do Fantasporto considera que “não se favoreceu a criação de emprego para artistas, não se criou nenhuma companhia de teatro ou dança”. “Nesse aspecto a capital cultural não funcionou”, sentencia.
O criador e administrador do blogue “A baixa do Porto” acredita que a principal herança do Porto 2001 “foi a ambição de ter uma vida cultural mais intensa”. Tiago Azevedo Fernandes considera que a Invicta conquistou este desejo: “a vida cultural da cidade é hoje em dia muito melhor do que há dez anos atrás”.
Ao mesmo tempo, o blogger portuense sabe que um dos entraves para o desenvolvimento da cultura na cidade é haver “um divórcio entre o poder político e os agentes culturais locais”.
“Com a entrada de Rui Rio, passou a existir um mal-estar entre a administração pública e os agentes culturais, o que prejudicou a capacidade de alavancar novos projetos”, aponta Tiago Azevedo Fernandes.
O que pode Guimarães aprender com o Porto?
“Guimarães fez o esforço de seguir uma ideia da Porto 2001 de que a reabilitação urbana é também um ato de cultura”, defende Nuno Grande, que agora está envolvido na Capital Europeia da Cultura em Guimarães como comissário de uma exposição.
De facto, a cidade-berço apostou na requalificação do centro histórico, património mundial da UNESCO, e na construção de novas infraestruturas. Muitas destas obras, como por exemplo a reabilitação do Largo do Toural, já estão concluídas.
Nuno Grande defende também que a programação da Guimarães 2012 foi buscar à Porto 2001 o conceito de que “a cultura é multidimensional”. “Há programas para massas e para nichos”, explica o arquiteto.
Beatriz Pacheco Pereira espera que “Guimarães não cometa os mesmos erros do Porto”. “É uma grande oportunidade para os agentes culturais terem visibilidade”, refere, lembrando que “uma intensa atividade cultural pode ser decisiva para Guimarães ganhar um lugar no mapa da península ibérica”.
Já Tiago Azevedo Fernandes defende que Guimarães poderia retirar uma grande lição da Porto 2001: “mais diálogo entre as entidades locais e a administração da Fundação”.
(fonte: http://noticias.sapo.pt)
Sem comentários:
Enviar um comentário