domingo, 22 de janeiro de 2012

Música: Novo CD dos Orelha Negra



Num dos primeiros grandes concertos deste novo ano, os Orelha Negra pisaram este sábado o palco do Grande Auditório do Centro Cultural de Belém com uma missão: apresentar alguns dos novos temas que farão parte do segundo álbum de estúdio a editar daqui a uns meses.

Mostrar novas canções, até agora desconhecidas, nem sempre é tarefa fácil, mas a noite correu de feição para o supergrupo português, que acabou saudado heroicamente no final de uma curta mas muito convincente actuação.

E supergrupo não é um termo aqui usado levemente - mais do que o currículo individual de cada um, estes cinco músicos são estrelas no que fazem dentro de uma banda em que... não existem estrelas.

Sem vocalistas para dominarem as atenções, Cruzfader (DJ), Sam The Kid (samples), Fred Ferreira (bateria), Francisco Rebelo (baixo e guitarra) e João Gomes (teclas) são meras silhuetas em palco, visualmente, mas que musicalmente encaixam de forma perfeita na fusão instrumental entre o hip hop, o funk, a soul e o R&B.

Sobre o novo material podemos dizer que entra facilmente no ouvido e que em poucos segundos grande parte do público já mexia o corpo com vontade nas cadeiras do auditório com lotação esgotada. Pena foi que a dança tenha ficado limitada ao conforto dos assentos, porque energia vinda do palco foi coisa que não faltou.

O groove de «Into The World», o devaneio psicadélico de «Portishead» e o piscar de olho à música disco em «Malha 80's» (títulos tirados da set list) foram razões mais do que suficientes para ficarmos com vontade de já termos o novo disco na mão para o podermos ouvir no caminho de regresso a casa. E isso só pode ser uma coisa boa.

Pelo meio, os Orelha Negra recordaram ainda algumas das melhores passagens do seu álbum de estreia, como «961 919 169», «M.I.R.I.A.M.» e «Memória». «A Cura» continua a ser um dos momentos altos do quinteto ao vivo e o concerto no CCB não foi excepção. Atingido o clímax, «Luta», a única música do novo álbum que a banda tinha divulgado até este sábado, fechou os cerca de 70 minutos de actuação que deixaram água na boca de muitos.

Os Orelha Negra não inventaram a roda, é certo, mas constroem e reconstroem sons com tamanha frescura como poucos o conseguem fazer em Portugal. Que a crise fique pelos bolsos, porque a riqueza criativa continua assegurada por cá. (fonte:
http://www.tvi24.iol.pt)

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