terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Livraria Camões - Brasil



São apenas 75 metros quadrados, mas suficientes para abrigar Portugal. Ou, pelo menos, uma parte representativa de Portugal. É a Livraria Camões, no Shopping Avenida Central, no Centro do Rio, aberta em Novembro de 1972 e frequentada por escritores, professores, pesquisadores, estudantes e entusiastas da cultura e da literatura portuguesa.

Quase 40 anos depois, ela vai fechar as portas no dia 31. O anúncio tem mobilizado intelectuais no Brasil e em Portugal, que, por meio do Facebook (com a comunidade “A Livraria Camões é patrimônio do Rio de Janeiro”), do YouTube e de um abaixo-assinado, lutam para impedir a decisão.

Perplexidade em Portugal

Escritores como Maria Teresa Horta, Manuel Alegre e José Manuel Mendes criticam o “ato deplorável” que atinge “o valor estratégico que é a difusão da língua e cultura portuguesas”. O secretário-geral do Partido Socialista português, António Jose Seguro, demonstrou “perplexidade”. O partido, por sua vez, insurgiu-se contra a medida na Assembleia da  República.

Gerente da livraria, José Estrela foi comunicado da determinação no dia 6 por uma carta assinada por Estêvão de Moura, presidente da Imprensa Nacional (INCM), editora que mantém a Camões.

"Estou vivendo minha segunda viuvez" — lamenta Estrela, que há 25 anos perdeu a mulher num acidente de carro. — "Mas jamais imaginaria que tanta gente admirasse o trabalho que fiz nesses 40 anos. Tenho recebido mensagens de carinho de todas as partes. Isso me dá uma alegria que paga todo o sofrimento que eu possa ter agora".

Na carta, Estêvão de Moura diz que a “evolução tecnológica, social e cultural verificada ao longo deste tempo, com especial evidência nas duas últimas décadas, fez evoluir o contexto em que se inscreve a missão com que a Livraria Camões foi inicialmente constituída”. Além disso, os obstáculos “associados ao transporte e comercialização de livros e a representação da INCM numa única livraria no vasto território brasileiro limitaram fortemente a divulgação das nossas obras no Brasil e comprometeram irremediavelmente a situação econômico-financeira” da Camões. (
http://www.vermelho.org.br)

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