Recentemente (18 de Janeiro de 2012) receberam certificados em Bordado Guimarães, 16 formandas que frequentaram 500 horas de formação, organizado por quatro entidades (IEFP, Oficina-Guimarães, Adere-Minho e a Câmara Municipal de Guimarães). A cerimónia realizou-se no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Guimarães e foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal, estando presentes individualidades nacionais, da região e empresários de relevo.
Foi sem dúvida uma cerimónia marcante, como marcante foi também a exposição de trabalhos em Bordado Guimarães apresentada nos claustros do magnífico edifício da Câmara Municipal.
Tratou-se de mais uma demonstração de como Guimarães trata as suas origens e respeita as suas tradições, com rigor e com um alcance extraordinário. O Bordado Guimarães remonta ao século X, com maior notoriedade a partir do último quartel do século XIX, e está marcado na genética cultural da cidade, da região e do país.
É um produto certificado, possui por isso um caderno de especificações para garantir o respeito pela técnica de elaboração, pelas características identitárias, pelos materiais utilizados, etc.
Foram necessárias 500 horas de formação especializada, para poder garantir que novas artesãs dominem uma técnica ancestral e respeitem as características de um produto diferenciador e único no seu estilo.
O Concelho de Guimarães, a Capital Europeia da Cultura, a Região e o País ficaram mais ricos, mais nobres e ficou reforçado o futuro das artesãs (artistas) que estão agora preparadas para produzir peças de arte com Bordado Guimarães.
Com a visita a Guimarães, durante o período da Capital Europeia da Cultura, de cerca de 1,5 milhões de visitantes, o Bordado Guimarães pode significar um excelente negócio para a economia da cidade. Se por hipótese, um terço dos visitantes adquirir uma peça de Bordado Guimarães a um custo médio de 50 Euros (existem peças a custar 2.500 Euros e peças a custar 10 Euros), estaremos a falar numa facturação de 25 milhões de Euros. Será talvez uma forma de sustentar um número significativo de artesãs, num período em que a empregabilidade é extremamente limitada no nosso país.
O Bordado Guimarães é mais um exemplo de que é possível a partir de um produto cultural de artesanato qualificado reafirmar novas ocupações, abrir novas oportunidades e despertar para a protecção e defesa da cultura popular, sem medos e sem tibiezas.
Muita atenção e boa semana. (fonte: http://www.correiodominho.com)
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