sábado, 31 de março de 2012

Ilha do Corvo retratada no documentário: “É na terra não é na lua”


O realizador português Gonçalo Tocha esteve mais de um ano a registar a vida na ilha açoriana do Corvo, condensando esse trabalho no documentário “É na terra não é na lua”, que se estreia hoje nos cinemas. 
Gonçalo Tocha iniciou o projeto “É na terra não é na lua” em 2007 e esteve quatro anos a tentar fazer um filme a partir das imagens que recolheu em “um ano e meio de idas e voltas” à pequena ilha açoriana.
Em declarações à Lusa, o realizador explicou que, na rodagem, acabou por fazer algo como um “arquivo contemporâneo em movimento”, com a equipa a filmar tudo o que conseguia.
A ilha do Corvo, em Portugal, “é dos poucos sítios no Mundo – como é uma micro-comunidade fechada em si própria – onde é possível ter esta ideia meio louca de tentar filmar tudo”, acredita Gonçalo Tocha. 

Perante um “arquivo gigante”, Gonçalo Tocha optou por fazer “uma espécie de diário”, algo “em construção”. Daí a opção pelos capítulos, que vão deixando o produto final “em aberto”. 
Da experiência de rodagem e da vivência de tantos meses na ilha, Gonçalo Tocha recorda “um sítio claustrofóbico”, que provoca “u­ma ambiguidade de sentimentos”, entre a “paixão enorme por aquele lugar no meio do Atlântico” e “algu­ma alergia, quase, a certos comportamentos de vida”. 

“É muito difícil entrar no Corvo para filmar”, relatou. Foi pela “continuidade” que a equipa conquistou a ilha: “De repente começámos a pertencer, já não interessava se estávamos com a câmara ou não.”



O documentário, premiado no DocLisboa, chegou a ser exibido no ano passado para os habitantes do Corvo e já percorreu vários festivais internacionais, nomeadamente na Suíça, onde recebeu uma menção honrosa no Festival de Locarno, na Dinamarca, Canadá e Chile.


Feita a estreia comercial, “É na terra não é na lua” é exibido em Abril e Maio em seis festivais, quase todos em competição internacional, no Brasil (Festival Interna­cional Documentário de São Paulo e Rio de Janeiro), Argentina (BAFICI), Estados Unidos (San Francisco International Film Festival), Coreia do Sul (Jeonju International Film Festival) e Espanha (Documenta Madrid). 

De 14 a 21 de Abril integra a seleção do Panazorean International Film Festival, em São Miguel, Açores. Gonçalo Tocha, nascido em 19­79, assinou em 2006 a primeira longa-metragem, “Balou”, premiada no ano seguinte no festival IndieLisboa. 

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