O diretor-geral das Artes, Samuel Rego, revelou hoje, numa entrevista à agência Lusa, que vai ser aberto em abril um novo um concurso na área da internacionalização dos artistas portugueses, opção prioritária para a tutela.
O novo concurso na área da internacionalização já possui enquadramento legal, publicado esta semana em Diário da República, com o respetivo regulamento.
De acordo com o diretor-geral das Artes, o novo concurso vai dispor este ano 600 mil euros que serão distribuídos por um máximo de 100 candidaturas para todas as áreas.
"Contamos abrir este ano um concurso e, em 2013, dois concursos na internacionalização, um por semestre. Mas a lei permite a realização de até três por ano", indicou.
Questionado sobre a forma como vai ser escolhida a representação portuguesa em eventos internacionais como a Bienal de Veneza, que este ano é dedicada à Arquitetura, Samuel Rego revelou que, em 2012, neste evento, será ainda a DGArtes em parceria com a Ordem dos Arquitetos a organizar a representação nacional.
"Como ainda existe este ano um acordo anterior de aluguer do espaço Fondaco Marcello, em Veneza, vai ter continuidade, mas vamos estar abertos a propostas para fazer uma escolha", disse.
A filosofia que preside aos concursos públicos para a internacionalização é "que sejam os próprios artistas a dizer onde querem apresentar os seus projetos, com o requisito básico de terem recebido um convite da entidade de acolhimento".
Devido aos constrangimentos financeiros da entidade, com um orçamento de apoio às artes que baixou de 17,6 milhões de euros para 11,9 milhões em 2012, a DGArtes optou este ano por não realizar os concursos pontuais e anuais.
"Mas a esmagadora maioria das entidades que beneficiava dos apoios pontuais e anuais às artes também pode candidatar-se à internacionalização", salientou.
Para Samuel Rego, esta opção - de serem os artistas de todas as áreas a indicar onde querem mostrar os seus trabalhos, em vez de ser a DGArtes a escolher os eventos onde Portugal terá uma representação nacional - "é uma mudança de lógica".
"Fala-se muito na importância da cultura para a economia e é nisso que queremos apostar. Para que o universo das artes esteja próximo do universo empresarial, interessa a este setor ganhar os mercados internacionais", sustentou.
Por outro lado, destacou a "elevada qualidade e profissionalismo" do trabalho dos criadores portugueses.
Questionado sobre o funcionamento do concurso público, Samuel Rego revelou à Lusa que haverá um único júri para todas as áreas formado por técnicos da DGArtes e terá a participação de uma parceria da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), dentro da filosofia empresarial associada aos concursos.
"A recetividade dos agentes culturais foi muito grande, o processo vai ser mais transparente, e vai de encontro à lógica do atual Governo de investir na internacionalização dos artistas portugueses para dar-lhes visibilidade lá fora", salientou o responsável.
Sobre os valores este ano nesta área, Samuel Rego indicou que os 600 mil euros equivalem ao mesmo orçamento investido no ano passado, "mas há a intenção de o reforçar nos próximos anos".
"A criação artística portuguesa é um produto de qualidade que se pode exportar e é essencial para captar novos públicos", sublinhou.
O primeiro concurso da DGArtes para a área da internacionalização deverá abrir até 15 de abril deste ano, indicou.
(fonte: http://www.rtp.pt)
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