"Muitos Dias Tem o Mês" é um documentário sobre a vida a crédito dos portugueses, as angustias e consequências que provocam os casos de ruputra financeira. Realizado por Margarida Leitão, é apresentado hoje, às 21h30, no Centro Cultural Malaposta, seguido de debate.
Margarida Leitão começou a preparar o documentário "Muitos Dias Tem o Mês" em 2007, quando o problema da insolvência das famílias dava os primeiros passos e era apenas a ponta do iceberg da crise financeira que abalou a Europa e o mundo e levou em 2011 Portugal a pedir ajuda externa. O debate que se seguirá ao filme, conta com a participação dos economistas do ISEG João Paulo Calado e Sandra Lopes, e o antropólogo e investigador do ICS, José Manuel Sobral.
"Com o simples gesto de um cartão de crédito ou um telefonema, os nossos sonhos tornam-se realidade. Tudo nos indica que a felicidade só se alcança através do consumo. E tudo tem aparentemente um preço. Qual é o preço dos nossos sonhos? Será que estamos dispostos a pagá-lo? Num país que parece estar à venda, qual é o preço das nossas necessidades?", são estas algumas das perguntas que Margarida Leitão coloca no seu filme.
"Muitos dias tem o mês", diz Margarida Leitão, "procura resgatar do anonimato dos números e estatísticas, a voz e o rosto de pessoas que, entre o sonho e o desespero, entre a ilusão e o esforço, se vêm a braços com dificuldades em fazer face aos compromissos assumidos".
A realizadora sublinha ainda que o filme "surge de uma inquietação sobre uma situação humana limite, sobre a natureza do ser humano e as suas contradições. Revela a luta diária de pessoas, com os seus calendários povoados por dias em que é preciso cumprir obrigações".
"Muitos dias tem o mês" propõe ainda um olhar sobre os mecanismos de aquisição de crédito, os seus intervenientes e protagonistas e procura alertar e ter um efeito pedagógico na sociedade.
Margarida Leitão fez o primeiro filme, um documentário, em 1998 "Kilandukilu/Diversão". Depois disso fez mais três ficções e dois documentários, o último em 2011: "Design atrás das grades".
(fonte: http://aeiou.expresso.pt)
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