A informação é avançada pela Lusa que cita a promotora da artista que explicou que os dois músicos “trabalharam principalmente via internet, criando em conjunto ou separadamente temas originais”.
A maioria das letras é de autoria de Amélia Muge, tendo os dois compositores “retrabalhado excertos de música grega antiga e músicas tradicionais de Portugal e da Grécia e criaram também diálogos entre poetas ou entre o fado e o rebético [género musical tradicional grego]”.
Segundo a mesma fonte, no plano da composição são ainda abrangidos “outros géneros que se articulam as duas culturas: a Morna e as escalas pentatónicas africanas, o Flamenco ou a oriental improvisação vocal do Mané”.
A mesma fonte realçou à Lusa que o novo álbum de Amélia Muge “não é um cruzamento”, definindo-o como “uma evocação da história europeia onde Portugal começou bem antes do Al-Andalus, no tempo de Ulisses e do Olissipo”.
O título do álbum, “Periplus”, significa em grego circum-navegação, referindo-se às antigas viagens no Mediterrâneo “mas também para lá dele, nos oceanos Atlântico e Índico”.
O álbum conta com a participação, entre outros, dos músicos Filipe Raposo, Manos Achalinotopoulos, José Salgueiro, Harris Lambrakis, António Quintino, Kyriakos Gouventas e Ricardo Parreira, e ainda com as participações especiais da escritora Hélia Correia, da cantora grega Eleni Tsaligopoulou e do coro vimaranense Outra Voz, criado no âmbito de Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura.
Todos estes músicos participam nos dois espectáculos que estão marcados para o dia 22 no Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães e no dia 25 na Culturgest, em Lisboa.
Autora, compositora, cantora e instrumentista, Amélia Muge, natural de Moçambique, depois de participar em várias actividades artísticas, nomeadamente a composição de músicas para peças de teatro, em 1983 integrou o grupo de Júlio Pereira.
A solo estreia-se discograficamente em 1992 com o álbum “Múgica”, editado pela então União Portuguesa de Artistas de Variedades. Seguiram-se vários outros álbuns em nome próprio e também alguns em parceria, nomeadamente com José Mário Branco, Fausto, Amâncio Prada, Camerata Meiga, Ester Formosa, Elena Ledda, Lucillia Galeazi, ou o Pirin Folk Ensemble.
“Uma autora, 202 canções”, foi o seu mais recente álbum, editado em 2009, que tinha apresentado, em 2008, no palco do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
Michales Loukovikas começou a cantar e a tocar acordeão e guitarra na banda do pai, aos 15 anos. Nascido na região grega da Trácia, constituiu várias bandas rock até optar pela música grega contemporânea e mais tarde pelo rebético. Estudou a música popular e clássica, mediterrânica e oriental, de base melódica modal, tendo trabalhado com o musicólogo Ross Daly.
Loukovikas tem participado regularmente em colóquios ligados a temáticas musicais. Desde 1996 dirige na Rádio Nacional de Tessalónica um programa diário, “Viagens à volta do Mediterrâneo”, baseado nas trocas culturais pelos povos mediterrânicos.
“O ouro do céu” é o seu mais recente CD, que se baseia na poesia de Ares Alexandrou, tendo adaptado a poesia para língua inglesa. Neste CD conta com a colaboração, entre outros, de Ross Daly, Manos Akhalinotopoulos, Kyriakos Gouventas, Kostas Theodorou e Giorgos Andreou.
(fonte:http://hardmusica.pt)
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