segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cultura Notícias: Companhia Nacional de Bailado

CNB

CNB. Escolha de Viegas para administração esteve suspensa por “deslealdade”

João Carlos Andrade, actualmente coordenador técnico da Companhia Nacional de Bailado (CNB), foi convidado no final do ano pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, para a administração da companhia, mas conta no currículo com uma suspensão por “deslealdade para com a entidade patronal”.

Enquanto coordenador técnico do Teatro Camões, João Carlos Andrade viu serem-lhe instaurados dois processos disciplinares. O mais grave – e que teve como consequência a suspensão por quinze dias com perda de remuneração – remonta a 2007. De acordo com as conclusões do processo disciplinar a que o i teve acesso, João Carlos Andrade era responsável por assegurar, no dia 27 de Maio desse ano, a realização às 18 horas do espectáculo “Dia Mundial do Sapateado – Tap dance day”. Saiu do teatro a meio da tarde dizendo à superior hierárquica que teria falecido um familiar próximo e que tinha de “dar apoio à mãe”, mas no mesmo dia foi visto no CCB onde decorria a preparação de um espectáculo do Ginásio Clube Português (GCP), para o qual tinha sido contratado para a parte técnica.

No processo, a OPART (empresa que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a CNB) alega que “o arguido prestou falsas declarações”, violando “o dever de assiduidade e zelo” e, acrescenta, a “falta de lealdade e desconsideração pela entidade patronal feriu a relação de confiança em que se sustenta a relação patronal” tornando “impossível a subsistência da mesma, o que constitui fundamento para o seu despedimento por justa causa”. Contudo, depois de feito o contraditório, a pena foi amenizada.

Na justificação no processo, o coordenador alegou que gozava de isenção de horário e que deixou tudo preparado para o espectáculo da noite no teatro e refere: “Sempre fui uma pessoa muito dedicada ao trabalho, muito competente, muito zeloso, cumpridor dos meus deveres profissionais”. Quanto ao facto de ter sido visto no evento no CCB, quando justificou a ausência com a morte de um familiar, João Carlos Andrade disse que era falso que tivesse estado no CCB durante o evento e que apenas passou pelo centro para ajudar um técnico amigo com um problema com as luzes – as conclusões referem que esteve por lá pelo menos das 14 h até depois das 18h.

Nas conclusões do processo pode ler-se que “o seu comportamento [de João Carlos Andrade] revela deslealdade, falta de profissionalismo e desrespeito por entidades terceiras”. Apesar destas conclusões, o processo não considerou que os actos fossem gravosos ao ponto de merecer o despedimento.

Faltas justificadas O processo dizia respeito à falta dada no dia 27, mas também por faltas em nove dias do mês de Junho. João Carlos Andrade explicou estas faltas dizendo que não percebia porque lhe eram imputadas, uma vez que durante esses dias era do conhecimento da entidade patronal que dava aulas na Escola de Dança do Conservatório Nacional, caindo assim por terra a acusação de “falta de honestidade” por ter justificado as faltas com trabalho estranho.

Além deste processo disciplinar com duas acusações diferentes, João Carlos Andrade viu--lhe ser instaurado outro em 2010, sem consequências, por ter recusado a um cliente fazer duas horas de trabalho extra.

Ao que o i conseguiu apurar, o convite a João Carlos Andrade está a causar mal-estar dentro da companhia e várias são as pressões para que a nomeação oficial não se finalize. Quando questionado sobre o convite, no final do ano, o coordenador técnico da companhia recusou comentar à Lusa: “Neste momento não posso fazer comentários. A minha posição tem de ser esta”. Ao i, a Secretaria de Estado da Cultura não confirmou a publicação da nomeação. (fonte: iOnline)

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