O filósofo, ensaísta e professor universitário José Gil foi galardoado com o
Prémio Vergílio Ferreira 2012, instituído pela Universidade de Évora.
O secretário de Estado da Cultura saudou a atribuição do Prémio Vergílio
Ferreira a José Gil, por reconhecer no filósofo “uma capacidade rara de
inventividade, na forma como nos apresenta o seu pensamento”.
Francisco José Viegas felicitou José Gil e afirmou que, “nas suas diferentes
mas complementares vertentes como ensaísta, filósofo e professor universitário,
José Gil tem contribuído com a sua reflexão e trabalhos publicados para a
compreensão da nossa identidade colectiva como Portugueses”.
O prémio, que
pretende distinguir o conjunto da obra de escritores portugueses relevantes no
âmbito da narrativa e do ensaio, vai ser entregue numa cerimónia pública, na
sala de actos da instituição, a 01 de Março, data da morte de Vergílio
Ferreira.
Criado em 1997 para homenagear o escritor que lhe dá o nome, o
galardão tem carácter anual e, este ano, a escolha do júri recaiu em José Gil,
devido, segundo a academia, à relevância do seu pensamento, “contributo singular
para uma reflexão profunda sobre a identidade do Portugal
contemporâneo”.
Para o titular da pasta da Cultura, José Gil é “detentor de
uma capacidade rara de inventividade, na forma como nos apresenta o seu
pensamento”.
José Gil “é um autor singular capaz de iniciar em cada um de nós
um processo de aprendizagem e descoberta do nosso passado e do nosso presente,
como país, como sociedade e como povo. Se soubermos utilizar corretamente aquilo
que nos tem ensinado, certamente o futuro será melhor”, declarou Francisco José
Viegas.
Considerado pelo Le Nouvel Observateur como um dos 25 grandes
pensadores do mundo, José Gil é licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras
de Paris, na Universidade da Sorbonne.
Coordenou o departamento de
Psicanálise e Filosofia da Universidade de Paris VIII em 1973. Lecionou Estética
e Filosofia contemporânea na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade Nova de Lisboa, bem como no Colégio Internacional de Filosofia de
Paris e na Universidade de São Paulo.
Em 2004, publicou "Portugal, Hoje. O
Medo de Existir", a sua primeira obra escrita directamente em português. O livro
fala do quotidiano de uma forma simples e acessível.
Publicou diversas obras
sobre temas tão diversos como Salazar, Fernando Pessoa, a Córsega, o corpo ou "O
Principezinho", de Saint-Exupéry.
O nome de José Gil foi reconhecido pelo júri, presidido José Alberto Machado,
da Universidade de Évora (UE) e composto pelo director do Departamento de
Linguística e Literaturas da UE, Fernando Gomes, por José Augusto Bernardes, da
Universidade de Coimbra, por Mário Avelar, da Universidade Aberta, e pelo
crítico literário Antonio Saéz Delgado.
Nas edições anteriores, o Prémio
Vergílio Ferreira já foi atribuído a Maria Velho da Costa, Maria Judite de
Carvalho, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Óscar Lopes, Vítor Manuel
de Aguiar e Silva, Agustina Bessa Luís, Manuel Gusmão, Fernando Guimarães, Vasco
Graça Moura, Mário Cláudio, Mário de Carvalho, Luísa Dacosta e Maria Alzira
Seixo.
O galardão visa dar projecção e visibilidade às obras de ficção ou ensaio dos
autores escolhidos e inclui uma componente pecuniária de cinco mil
euros.
Eduardo Silva (fonte: Hardmusica)
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