
A CIM, companhia que nasceu em 2007, a partir do projecto "Mode H", criado especificamente para participar no Festival Europeu de Moda Adaptada para pessoas com deficiência que se realizou em Tours, França, é um projecto de carácter inovador, já com apresentações em diversos países.
A mesma tenta integrar diversas disciplinas artísticas em palco incluindo sempre intérpretes com e sem deficiência, tentando conjugar um trabalho que quer desmistificar preconceitos e tentando potenciar a profissionalização artística de pessoas com necessidades especiais.
Tendo-me sido dito que o espectáculo estava esgotado, ao entrar no pequeno auditório, que não tem muitos lugares, foi uma pena ver que ainda restavam muitos lugares por ocupar.
No início, para surpresa de todos, a actriz Rosinda Costa, pede ao público que ligue os seus telemóveis, para fechar os olhos e relaxar.
Esta interacção com o público é talvez uma das partes mais interessantes em toda a obra, pois desde o início que dá uma reviravolta ao que é costume ocorrer.
Mas a partir dai, depois de uma tentativa de explicação do "Nada", ficamos sem saber se vamos ver uma obra de dança, de teatro ou uma performance.
Louvando o trabalho difícil que é construir um espectáculo de dança, disciplina muito exigente em si, com pessoas com necessidades especiais, é pena que esta apresentação tenha sido demasiado filosófica.
Três intérpretes com deficiência e três bailarinos/actores sem, esta obra contou com alguns momentos ternos e bonitos, com uma boa noção espacial, mas que nos deixa com Nada.
Podia ter sido um pouco mais curta de duração, concentrando assim uma peça que obteria melhores resultados, cortando o que foi repetitivo e demasiado calmo.
Como obra de dança tornou-se um pouco cansativa, mas como performance foi algo que valeu a pena descobrir no trabalho desta tão nova companhia.
(fonte: Hardmusica)
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