Esta quarta-feira dia 8 de Fevereiro de 2012, inserida na segunda edição do
GUIdance, em Guimarães, estreou mundialmente a terceira e última parte da
"Trilogia do Tempo", a obra "O Nada" da CIM, Companhia Integrada
Multidisciplinar.
A CIM, companhia que nasceu em 2007, a partir do projecto "Mode H", criado
especificamente para participar no Festival Europeu de Moda Adaptada para
pessoas com deficiência que se realizou em Tours, França, é um projecto de
carácter inovador, já com apresentações em diversos países.
A mesma tenta integrar diversas disciplinas artísticas em palco incluindo
sempre intérpretes com e sem deficiência, tentando conjugar um trabalho que quer
desmistificar preconceitos e tentando potenciar a profissionalização artística
de pessoas com necessidades especiais.
Tendo-me sido dito que o espectáculo estava esgotado, ao entrar no pequeno
auditório, que não tem muitos lugares, foi uma pena ver que ainda restavam
muitos lugares por ocupar.
No início, para surpresa de todos, a actriz Rosinda Costa, pede ao público
que ligue os seus telemóveis, para fechar os olhos e relaxar.
Esta interacção com o público é talvez uma das partes mais interessantes em
toda a obra, pois desde o início que dá uma reviravolta ao que é costume
ocorrer.
Mas a partir dai, depois de uma tentativa de explicação do "Nada", ficamos
sem saber se vamos ver uma obra de dança, de teatro ou uma performance.
Louvando o trabalho difícil que é construir um espectáculo de dança,
disciplina muito exigente em si, com pessoas com necessidades especiais, é pena
que esta apresentação tenha sido demasiado filosófica.
Três intérpretes com deficiência e três bailarinos/actores sem, esta obra
contou com alguns momentos ternos e bonitos, com uma boa noção espacial, mas que
nos deixa com Nada.
Podia ter sido um pouco mais curta de duração, concentrando assim uma peça
que obteria melhores resultados, cortando o que foi repetitivo e demasiado
calmo.
Como obra de dança tornou-se um pouco cansativa, mas como performance foi
algo que valeu a pena descobrir no trabalho desta tão nova companhia.
(fonte: Hardmusica)
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