quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Festival Guimarães Jazz - Guimarães 2012



Os criadores do Festival Guimarães Jazz reforçaram a «relação de amor» da cidade com o jazz, com a abertura de uma escola de música para partilhar, sentir e tocar sem barreiras aquela sonoridade musical.

Em declarações à agência Lusa, o director artístico da nova escola, César Machado, explicou que este projecto permitirá «dar continuidade à vertente da formação» do festival.
O Guimarães Jazz foi criado e é organizado pela Associação Convívio há 21 anos e, no ano em que Guimarães é Capital Europeia da Cultura, reforça a «relação de amor» da cidade com o jazz.

«Uma das coisas que nós, Convívio, queremos é alargar o festival além das duas semanas que dura», afirmou César Machado, explicando que «mais do que apresentar bons concertos», o Guimarães Jazz tem «um objectivo claro de formação».

No entanto, salientou este responsável, «as sementes de formação lançadas pelo festival não estavam a ser cultivadas nem potenciadas», uma vez que, em Guimarães, «não existe uma estrutura de formação musical na área do jazz».

A iniciar no ano lectivo de 2012-2013, a escola terá uma oferta educativa em áreas como piano, contrabaixo, bateria, saxofone, voz, trompete, teoria e formação musical, entre outras.
«Mais do que ensinar música, o objectivo é criar laços com o jazz, um verdadeiro exercício de amor, para sentir a música. Queremos um local de cumplicidades entre professores, alunos, de troca e partilha de sons e história», afirmou César Machado.

Além das aulas de música, esta nova valência do Convívio terá uma local dedicado à história do jazz porque, explanou o responsável, «o jazz vai muito além da música, tem história, tem alma e essa alma deve ser partilhado».

César Machado adiantou ainda à Lusa que a tradição de percussionismo de Guimarães vai ser respeitada neste projecto.

«Guimarães tem o maior número de percussionistas por metro quadrado do país por causa da tradição das festas do Pinheiro, com os bombos. Vamos aproveitar essa aptidão e inseri-la no jazz», adiantou.

Para isso, será desenvolvida uma Brass Band. «O jazz começou nas ruas, com metais puros e só mais tarde o contrabaixo e instrumentos de percussão. Aqui vamos fazer ao contrário. Temos a percussão e vamos inserir os metais», explanou.

Segundo o responsável, a criação desta escola é, por isso, um «passo natural» na relação da associação com o jazz.

As inscrições já estão abertas e «são para toda a gente» até porque, «a intenção é criar um espaço em que o jazz se toque sem barreiras», salientou César Machado.
«Estamos a aproveitar uma história de amor que já existe em Guimarães», concluiu.

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