quinta-feira, 12 de julho de 2012

20 anos e o Curtas já é “avô” de uma vasta prole de festivais



O festival Curtas de Vila do Conde, parece já “avô” de uma vasta prole de festivais de películas de curta duração que tentam replicar o modelo de sucesso criado em 1993 por 5 amigos.
Fest, Take Two, Faial Film Fest, Fike, Shortcutz, Porto7, Farcume, Fast Forward, Imago e CAL são nomes de alguns festivais de curtas-metragens portugueses que surgiram depois da criação do Curtas de Vila do Conde, a prova de que o modelo criado em 1993 “inaugurou uma nova era de festivais”, afirma José Vieira Mendes, crítico de cinema e autor do documentário “Gerações Curtas!?”
Para Dario Oliveira, um dos fundadores, o Curtas começou com naturalidade, produto da vontade de “5 amigos que se conheciam desde a adolescência, 4 deles alunos de Belas Artes, que sempre tiveram projectos em comum, como uma banda de rock ‘n’ roll, que não deu certo, que arrancaram com um cineclube em Vila do Conde e, passado um ano, tinham reunido algumas condições e muita vontade de começar um festival”.
Partiram inspirados pela experiência de uma década como júri do público do Festival de Cinema da Figueira da Foz, onde viram, segundo Dario Oliveira, “como é que se fazia um festival e inspirados nessa fórmula, nessa filosofia de programação do José Vieira Marques” pensaram “em fazer um festival em Vila do Conde dedicado às curtas-metragens porque era um nicho que faltava explorar, não havia nenhum festival de curtas-metragens”.
Não havia sequer as secções de curtas-metragens que se multiplicaram depois em festivais como Fantasporto ou o Festróia. Segundo José Vieira Mendes, o festival acaba por surgir “no momento certo do início dos financiamentos do Estado à curta-metragem e da multiplicação das possibilidades trazidas pelas novas tecnologias”.
E ainda, como nota, da multiplicação das escolas de cinema, pois até 1993 só existia a Escola Superior de Teatro e Cinema. “Tudo cresceu e era necessário distribuir ou mostrar”.
Aposta na qualidade
Mas a afirmação do festival também se deveu, segundo Dario Oliveira, ao facto de os festivais existentes na altura, apesar de prestarem “um bom serviço público de divulgação de cinema, não estarem assim tão bem vistos como as pessoas pensam”.
“Nós fomos o primeiro festival que desde a primeira edição procurou prestar um serviço de qualidade a todos os públicos, tendo, por exemplo, um catálogo bilingue, legendando todas as sessões com legendagem electrónica e convidando estrangeiros em grande número”, sustenta.
“Fizemos de facto um festival que podia competir com os seus congéneres de todo o mundo e isso não acontecia até aí”, acrescenta Dario Oliveira. José Vieira Marques concorda e destaca “as preocupações de imagem” e o facto de, ao contrário dos outros, ser “gerido por várias cabeças, o que lhe permite estar sempre a inovar”.
“Nós não inventámos nada”, garante Dario Oliveira, que, com Mário Micaelo, Nuno Rodrigues e Miguel Dias, continua à frente do festival.
“Se criámos alguma coisa foi a filosofia de programação e a cara do festival que é a nossa cara, que é a relação do cinema de autor com 2 áreas de programação diferentes, que são as artes visuais e a música”, afirmou. “O nosso festival é a conjugação disto”.
(fonte: http://porto24.pt/)

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