A programação do festival, organizado pela Apordoc - Associação pelo Documentário, foi hoje apresentada na Culturgest pela direção e alguns dos parceiros habituais na produção, como a Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.
Susana de Sousa Dias, Cinta Pelejà, Cíntia Gil e Ana Jordão, responsáveis pela direção do certame dedicado ao cinema documental, sublinharam que o festival foi feito num "quadro de crise económica e social, que também se refletiu no cinema, porque este ano não foram abertos concursos de apoios públicos".
No entanto, a organização decidiu apostar este ano na exibição de filmes portugueses: no total de 186 filmes que o festival vai exibir, 68 são portugueses.
Em declarações à agência Lusa, no final da conferência de imprensa, Cinta Pelejà, da direção do Doclisboa, indicou que nesta edição, de décimo aniversário, "há um aumento considerável de filmes portugueses para dar visibilidade aos jovens cineastas".
"Há sobretudo mais curtas-metragens portuguesas e várias primeiras obras em longa-metragem, três delas em competição, e que foram totalmente autoproduzidas", vincou a responsável, sustentando que o objetivo é "incentivar os novos realizadores".
Essas três primeiras obras, que serão exibidas no festival em estreia mundial, são "Cativeiro", de André Gil Mata, "O Sabor do Leite Creme", de Rossana Torres e Hiroatsu Suzuki, e "Seems so Long Ago, Nancy", de Tatiana Macedo.
Dos 68 filmes portugueses, nove longas e oito curtas-metragens estarão em competição a nível nacional.
A sessão de abertura do Doclisboa está marcada para 18 de outubro também com um filme português, "A última vez que vi Macau", de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, distinguido no Festival de Cinema de Locarno com uma menção especial do júri.
Esta longa-metragem vai ser a única portuguesa na competição internacional, que conta com um total de 11 filmes, entre eles "The Burning Bright - Scenes from the Class Struggles in Madrid", de Sylvain George (França), em estreia mundial, e "Sofias Last Ambulance", primeira obra de Ílian Metev (Bulgária, Croácia, Alemanha).
O Doclisboa vai também promover um conjunto de mesas-redondas, entre as quais uma sobre os laboratórios independentes em Portugal, com o objetivo de abrir o debate público sobre o destino dos equipamentos laboratoriais da Tobis, a mais antiga produtora portuguesa de cinema, vendida este ano a privados.
O encerramento do Doclisboa está marcado para 28 de outubro, com a obra "Cesare Deve Morire", de Paolo e Vittorio Taviani (Itália), vencedor do Urso de Ouro da edição deste ano do Festival de Berlim.
O cineasta romeno Andrei Ujica, que realizou "The Autobiography of Nicolae Ceausescu" (2010), vai presidir ao júri da competição internacional, que reunirá quatro prémios.
Será também atribuído um prémio para o melhor documentário de investigação, e cinco prémios na competição portuguesa.
Entre 18 e 28 de outubro, o festival vai decorrer em sete espaços culturais de Lisboa: Culturgest, Cinema Londres, Cinema São Jorge, Cinemateca Portuguesa, Carpe Diem Arte e Pesquisa, Galeria Palácio Galveias e LuxFrágil. (fonte: http://sicnoticias.sapo.pt)
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