quarta-feira, 17 de julho de 2013

Festival Músicas do Mundo de Sines



O Festival Músicas do Mundo de Sines, um "sobrevivente de serviço público" que regressa quinta-feira, apresenta uma combinação, neste ano, entre "novos talentos" e "a memória dos dias felizes", diz o director Carlos Seixas.

Entre os "festivais de serviço público", o Festival Músicas do Mundo (FMM) "é um sobrevivente" e "15 anos é uma idade a considerar", destaca à Lusa o fundador, sem esconder que, "naturalmente", a edição de 2013 foi difícil de pôr de pé.

"Embora a sustentabilidade de um serviço público cultural seja sempre um problema", o FMM tem sido resiliente, por vários factores, entre os quais a natureza de Sines, "porto milenar habituado" a que "os oceanos sejam estradas e não barreiras", assinala Carlos Seixas. O compromisso da autarquia, que organiza o festival, e o "extraordinário" envolvimento da comunidade explicam o resto.

As dificuldades não impediram a "maior edição de sempre", com 43 concertos em nove dias (18 a 27 de Julho), que pretende ser "comemorativa" de 15 anos "de "cruzamentos artísticos e da dissipação de fronteiras entre o erudito e o popular".

A Sines vão regressar "alguns dos responsáveis por grandes concertos das últimas edições" do evento dedicado à 'world music'. Carlos Seixas nomeia alguns: Amadou&Mariam (Mali, quinta), Hermeto Pascoal (Brasil, sábado), Rokia Traoré (Mali, dia 25), Rachid Taha (Argélia/França, dia 26), Trilok Gurtu&Tigran Hamasyan (Índia/Arménia, dia 26); Femi Kuti&The Positive Force (Nigéria, dia 27).

Mas não se trata apenas de oferecer um 'best of' das três centenas de concertos acolhidos desde 1999, "também é continuidade na descoberta de novos projectos", porque "o espírito" é "aventurar-se por mares desconhecidos", realça Seixas.

Entre os estreantes estão Lo'Jo (França, sexta), considerado o melhor grupo pelos prémios Songlines 2013; Baloji (República Democrática do Congo/Bélgica, sexta); Asif Ali Khan&Party (Paquistão, dia 25); Shibusa Shirazu Orchestra (Japão, dia 26); Dawanggang (China, dia 27); e Tamikrest (Mali, dia 27).

Um quarto dos concertos desta edição é de origem nacional, com estreantes como Celina da Piedade (sexta, 18:30) e JP Simões (sábado, 21h30), a que se juntam lusófonos como Aline Frazão (Angola) e Jon Luz (Cabo Verde).

Custódio Castelo inaugurará o programa, na quinta, às 18:30, no Castelo de Sines, local que acolherá, na madrugada do mesmo dia, os brasileiros Cabruêra.

Os Batida, que juntam músicos de Portugal e Angola, vão regressar a Sines no sábado, às 02:00, para animar o palco da Avenida da Praia; os portugueses O Carro de Fogo de Sei Miguel farão o mesmo no dia 24, a partir das 02:45, precedidos, no Castelo, por outro três nomes lusófonos: Orquestra Locomotiva (Portugal, 18:30), MU (Portugal, 20:00) e Tcheka (Cabo Verde, 21:45).

Imidiwan, grupo de portugueses apaixonados pelo Mali, tocam no dia 25, às 20:00, a que se seguirá, às 21:45, uma actuação do músico de jazz português Carlos Bica. Os Gaiteiros de Lisboa regressam a Sines no dia 26, às 18:30, dando lugar a Cristina Branco, no dia seguinte, à mesma hora.

O número de espectadores que se desloca à cidade alentejana para assistir aos encontros "entre Norte e Sul, Oriente e Ocidente" tem disparado, dos sete mil da primeira edição para os 80 a 90 mil do ano passado.

No ano passado, o local onde se realizaram os concertos mais tardios revelou-se "pequeno para tanta gente" e, por isso, os mais resistentes voltarão a acabar as noites na avenida marginal, com a baía ali mesmo ao lado.

(fonte: Lusa/Sol)

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