quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Teatro Nacional D. Maria II - Lisboa



A programação que o Nacional divulgou esta terça-feira é a primeira do novo director artístico, João Mota, que substituiu em Novembro do ano passado Diogo Infante, o actor e encenador que se incompatibilizou com a Secretaria de Estado da Cultura devido aos cortes orçamentais anunciados.

As propostas agora apresentadas assumem alguns dos compromissos da direcção de Infante, como as parecerias com festivais (Alkantara, Teatro de Almada e de Marionetas e Formas Animadas) e a mega co-produção “A Morte de Danton”, de Georg Büchner, numa encenação de Jorge Silva Melo, mas deixa cair o acolhimento a espectáculos que vinham do Teatro Nacional S. João (“Exactamente Antunes” e “Quem te Porá como Fruto nas Árvores”) e a estreia de um “Rei Lear” no feminino, que deveria ser protagonizado por Eunice Muñoz (a encenação seria do próprio Infante).

No texto que escreveu para acompanhar a programação que foi enviada à imprensa, João Mota, encenador e fundador do teatro A Comuna, fala no teatro como instrumento para ultrapassar a crise e garante que tudo fará para que o D. Maria fortaleça a sua ligação aos mais novos – público e jovens criadores – e aos autores portugueses, dos mais clássicos aos mais contemporâneos.

A temporada sob a direcção de Mota começa em Fevereiro com “Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett”, e segue com “As Aventuras de João sem Medo”, de José Gomes Ferreira, numa encenação do próprio Mota, uma co-produção da sua companhia com o Trindade, que estreou naquele teatro do Chiado em Outubro de 2010. Em Março, a Sala Estúdio é de Rafaela Santos, que dirige “João Torto”, já previsto na anterior proposta. É preciso esperar pelo mês seguinte para encontrar a primeira – e única – produção do Nacional: “Onde estavas quando criei o mundo?”, de Artur Ribeiro, um monólogo com Manuela Couto e encenação do director artístico.


A programação é de compromisso com a crise, dissera Mota ao aceitar o convite de Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura. Até Julho, o saldo apresenta apenas uma produção própria e reduz as estreias, algo que se explica pelos cortes anunciados no final de 2011. No Verão passado, quando Diogo Infante apresentou as suas propostas para a temporada 2011-2012, falou num orçamento de 1,2 milhões de euros para espectáculos e restantes actividades – João Mota conta com 725 mil euros, segundo João Pedro Amaral, do departamento de Comunicação e Imagem do D. Maria.
(fonte:
http://www.publico.pt)

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